A história da ACIB remonta ao início da década de 1960, quando a construção de Brasília trouxe consigo a necessidade de estabelecer uma comunidade judaica na nova capital. Antes mesmo da fundação oficial da cidade, judeus já estavam envolvidos com o desenvolvimento do Distrito Federal, como o geógrafo e historiador Salomão Serebrenick, que participou da Comissão de Localização em 1953.
Em 1958, a primeira manifestação pública de religião judaica foi realizada em Brasília, com a celebração de um Seder de Pessach em um restaurante italiano, marcando o início da presença judaica formal na cidade. Nos anos seguintes, mais judeus se mudaram para Brasília, especialmente aqueles transferidos de grandes centros urbanos, como o Rio de Janeiro. Foi então que, em 1964, surgiu a Associação Cultural Israelita de Brasília, inicialmente formada por um pequeno grupo de pioneiros, incluindo figuras como Salomão Bensusan e Germano Galler. A criação da ACIB representou um marco importante na construção da identidade judaica na cidade, estabelecendo um ponto de encontro para a comunidade local.
Ao longo dos anos, a Associação enfrentou desafios significativos, incluindo a escassez de recursos financeiros e a dificuldade de atrair membros mais jovens para se envolver nas atividades da instituição. Apesar disso, continuou sendo um pilar de apoio para os judeus de Brasília, realizando eventos culturais e religiosos, além de manter uma sinagoga provisória e uma mikvê.
Nos anos 90, a criação do Grupo Shamayim foi um marco importante na revitalização da juventude judaica de Brasília. Com o objetivo de unir os judeus jovens da cidade, o grupo se tornou um importante ponto de encontro social, cultural e religioso para adolescentes, universitários e pós-universitários, além de criar a lista de discussão online “Shamayim”, que expandiu o alcance do grupo para judeus de todo o Brasil.
Apesar das adversidades, a ACIB continua a ser um símbolo de resistência e perseverança para a comunidade judaica em Brasília. Seu compromisso com a sobrevivência do judaísmo na capital federal é compartilhado por muitos membros, como a professora Sonia Bloomfield Ramagem, que vê na participação ativa da comunidade uma forma de garantir o futuro do judaísmo em Brasília. A história da Associação Cultural Israelita de Brasília é, portanto, uma história de luta e resiliência, com uma constante busca pela preservação da identidade judaica no coração do Brasil.